BANCO DE DADOS - PERGUNTAS E RESPOSTAS

 

1 . Que áreas de atuação e/ou Pós-Graduação são mais bem remuneradas? Quais necessitam de maior demanda de profissionais na área de Terapia Ocupacional no Brasil?

R.: A demanda de terapia ocupacional tem crescido bastante nas áreas de Tecnologia Assistiva, Saúde e trabalho, Acessibilidade em todos os ambientes , Gerontologia, Ensino universitário e Pesquisa. Em algumas destas áreas há ainda muito poucos profissionais, mas é clara a capacitação do terapeuta ocupacional para atuar nelas. Os salários variam de acordo com o tipo de instituição e a capacitação do profissional. Profa. Dra. Maria Luísa Guillaumon Emmel

 

2. Quais são os limites de atuação entre o Médico Ortopedista, o fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional, sem que haja a interferência de áreas?

R.: Esta é uma questão aparentemente simples, mas que de fato nos remete a outras várias questões: - quais as necessidades que o paciente apresenta em um dado momento? quem está melhor habilitado para oferecer ajuda a estas necessidades? É preciso estarmos sempre consciente de que a pessoa que nos pede ajuda é um todo complexo. Ela é um corpo que integra condições anatômicas, fisiológicas, psicológicas, sociais, espirituais, etc.

O corpo dói quando seus ossos são fraturados, quando seus músculos estão debilitados, mas também quando se tensiona demais no trabalho ou na falta dele, quando está triste e deprimido, quando dorme mal porque divide sua cama com mais tres pessoas porque sua casa tem só um cômodo, etc... Assim, em primeiro lugar devemos procurar compreender de onde e para onde esta dor se irradia. Aí podemos escolher o que é mais urgente socorrer, e encaminhar para o profissional que tiver melhores recursos para tal. A divisão de trabalho dos profissionais da saúde deve responder à melhoria da eficácia de suas ações para solucionar os problemas daquele que nos pede ajuda, e não somente às questões corporativas e de mercado.

A grosso modo podemos afirmar que o médico intervem nas condições anatômicas e fisiológicas, através de suas tecnologias, isto é, de seus recursos tais como cirurgias, medicamentos, aplicação ou indicação de outros recursos e encaminhamentos a outros profissionais. O fisioterapeuta tem outros recursos que podem auxiliar a remissão da dor e a recuperação de movimentos, tais como exercícios específicos, aplicação de calor, massagens, etc. O terapeuta ocupacional também se utiliza de técnicas de relaxamento, exercícios motores combinados com atividades lúdicas ou artesanais, mas cuida especialmete das condições funcionais daquele corpo, incorporando ações (treinamento, exploração de habililidades, etc.) que visem a melhor forma daquele sujeito realizar suas atividades diárias, tais como o cuidar de si mesmo com independência, cuidar da sua casa, ir e vir para onde quiser (trabalho, lazer, escola, fazer compras, etc.), comunicar-se ( falar ao telefone, escrever, ler, usar inetrnet, etc.), e ocupar-se com aquilo que goste e necessite.

Talvez o terapeuta ocupacional seja quem mais pode avaliar a eficácia das ações dos outros profissionais envolvidos no tratamento daquela pessoa, sugerindo e/ou acompanhando de perto as condutas que estão sendo tomadas. A preocupação de uma equipe, que busque a eficácia em seu tratamento, não deveria ser sobre as barreiras (áreas exclusivas) que os separam, mas sobre as limitações de cada profissão que possibilitam que se integrem!!! Profª Dra. Maria Heloisa da Rocha Medeiros - Terapeuta Ocupacional

R. 2.: Existem pontos de intersecção entre as várias profissões da área da saúde e, entre elas, as de maior proximidade talvez sejam a Educação, a Psicologia, a Psicopedagogia e a Fisioterapia. O que é preciso compreender é que tais conexões são fundamentais e não negativas. A divisão da ciência em áreas é meramente didática. Tais conexões confirmam a atuação para o indivíduo como um todo e não em partes. No entanto, a formação profissional (o curso de graduação) direciona o conhecimento para algumas especificidades que comporão a matriz de um determinado profissional. No caso das profissões citadas acima, os cursos de formação enfatizam determinadas disciplinas de acordo com a atuação do profissional.

O conhecimento adquirido em cada uma delas deve ser interconectado com cada uma das outras e assim se forma a matriz do profissional. No caso da terapia ocupacional, os conhecimentos básicos das áreas biológica (anatomia, fisiologia, patologia, etc) e humanas (psicologia, sociologia, etc) devem ser interconectados com aqueles relacionados ao significado da ocupação para o Homem (desde o nascimento até o fim da vida), bem como aos métodos e técnicas de trabalho em terapia ocupacional (conteúdos aprendidos nas disciplinas pré profissionalizantes e profissionalizantes do curso, como ART, TO Aplicada, Estágios etc .

Assim, o curso oferece uma formação bastante profunda na área de Atividade Humana, não só do conhecimento da técnica de realização de atividades, como de suas relações com a história de vida das pessoas que as executam, suas adequações com a problemática específica da clientela com a qual se está tratando e suas contra-indicações. Desta forma, é necessário que o terapeuta ocupacional, ao atuar com uma determinada população, tenha a capacidade de intereconectar conhecimentos da patologia, da história pessoal, de relação terapeuta-paciente e das atividades que poderão ser indicadas para minimizar seu sofrimento, aumentar sua independência e promover sua saúde e qualidade de vida. Profa. Dra. Maria Luísa Guillaumon Emmel

3. Mi nombre es Raúl Ocampo, soy Argentino y estudiante de Terapia Ocupacional en la ciudad de Rosario, Santa fe, Rep. Argentina. Tengo algunas preguntas acerca de "ERGONOMIA":

  1. Abordaje desde T.O.:
  2. Rol del T.O.
  3. Incumbencias
  4. Marco de Referencias sugeridos
  5. Tratamiento - Objetivos de T.O.

R.: De acordo com De Moraes (2001), o objeto da ergonomia , seja qual for a sua linha de atuação, ou as estratégias e os métodos que utiliza, é o homem no seu trabalho trabalhando, realizando a sua tarefa cotidiana, executando as suas atividades do dia-a-dia. Esse trabalho real e concreto compreende o trabalhador, operador ou usuário no seu local de trabalho, enquanto executa sua tarefa, com suas máquinas, ferramentas, equipamentos e meios de trabalho, num determinado ambiente físico e arquitetural, com seus chefes e supervisores, colegas de trabalho e companheiros de equipe, interações e comunicações formais e informais, num determinado quadro econômico-social, ideológico e político.

A Ergonomia integra o estudo das características físicas e psíquicas do homem Tendo esta como visão central da ergonomia, o objetivo da terapia ocupacional nesta área é promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas no trabalho, considerando todas as esferas que este implica (funcional e humana- pessoal, emocional e social) e minimizando as possibilidades de alterações na saúde (especialmente a ocorrência de LER/DORT e de sofrimento mental). Em uma palestra de Franklin Stein no último congresso internacional de TO, em Estocolmo (www.wfot2002.com), o autor enfatizou que a terapia ocupacional em ergonomia precisa buscar "adaptar a máquina ao Homem e não o homem à máquina".

Embora represente um avanço frente ao completo descaso que se tinha com o trabalhador, hoje em dia esta é uma visão ainda restrita, uma vez que é necessário contextualizar este Homem, olhando para ele não só em seu ferramental de trabalho, mas em todo o seu ambiente: além das ferramentas, do equipamento e dos móveis, encontrar a atividade com a qual mais se identifique irá contribuir para sua satisfação no trabalho e consequentemente um maior rendimento.

Prevenir doenças cujo nexo causal esteja no trabalho é outra das funções do TO na ergonomia. Para isso, uma acurada análise de cada posto de trabalho e da maneira como o trabalhador o está executando é fundamental. A nova abordagem da Inclusão Social vem ampliando muito a visão da ergonomia para além do ambiente do trabalho, focando a importância da acessibilidade e da adequação dos ambientes em que o Homem vive.

A responsabilidade das adequações necessárias para o bom andamento das atividades das pessoas na sociedade e não recai mais só no sujeito, mas cabe à sociedade proporcionar tais condições. Assim, se tomarmos como exemplo um deficiente físico em idade escolar, este precisa encontrar uma escola adaptada para suas necessidades, a fim de que utilize os recursos educacionais em termos de igualdade com os outros alunos (o que significa não só um ambiente livre de barreiras arquitetônicas- com acessos alternativos a escadas, banheiros e refeitórios adaptados, corredores, portas e outros espaços acessíveis a cadeirantes, etc- como também livre de barreiras sociais- preconceitos).

As cidades também devem estar preparadas para receber e aceitar a participação de populações não só de deficientes físicos, sensoriais e mentais, mas também de uma população crescente de idosos, gestantes e outros que também se beneficiam das facilidades advindas das alternativas criadas para a acessibilidade. Sites relacionados:

Profa. Dra. Maria Luísa Guillaumon Emmel

4. Gostaria de saber qual é de fato a atuação do terapeuta ocupacional em > uma escola regular para crianças "normais"... quais são os pontos mais importantes a serem trabalhados???? Agradeço desde já. Cristiane (Aluna de Terapia Ocupacional)

R.: A atuação do terapeuta ocupacional nas escolas é bastante ampla. Muitas crianças, embora consideradas normais, possuem dificuldades de aprendizagem relacionadas a múltiplos fatores. O terapeuta ocupacional pode ajudar, identificando as causas e interferindo no desempenho do aluno, na orientação do professor , no replanejamento de materiais, etc. As atividades de lazer dentro da escola são também importantes estímulos potenciais para o seu pleno desenvolvimento. Neste sentido, a adequação destas atividades, tanto em sala de aula como durante os intervalos, pode agregar valor ao seu rendimento acadêmico. No caso de berçarios e pré-escolas, é função do TO participar da formação dos educadores, berçaristas, oferecendo recursos que permitam uma perfeita compreensão do desenvolvim ento infantil, fornecendo-lhes condições para identificar as fases em que se encontram e oferecer materiais adequados à faixa etária correspondente, contribuindo para o desenvolvimento sadio das crianças. Profa. Dra. Maria Luísa Guillaumon Emmel

5. Quais serão as áreas mais promissoras para o Terapeuta Ocupacional nos próximos anos?

R.: Os avanços da sociedade têm tido reflexos em todas as profissões, que buscam, com suas ações, responder as necessidades emergentes da população.Para a terapia ocupacional existe um potencial de crescimento nunca antes detectado. Vejamos alguns exemplos: Nos últimos anos, com a abertura de novos cursos e a exigência de uma maior capacitação do profissional, temos assistido um grande avanço na pesquisa cientifica em terapia ocupacional, abrindo mais o campo para o Docente e Pesquisador da área. Por outro lado, todo o movimento de Inclusão social abre perspectivas para o trabalho com o planejamento da Acessibilidade nos centros urbanos. Esta área ainda é pouco explorada pelo TO brasileiro. A Tecnologia assistiva é outro exemplo de área que está em pleno desenvolvimento. A área de Lazer está em franco crescimento. O aumento da expectativa de vida da população traz a necessidade de preservar ao máximo a qualidade de vida, sendo para isso implementados novos métodos de trabalho na área de Gerontologia. Nas empresas existe um outro grande campo de atuação, que deve crescer . Existe uma lei que obriga o preenchimento de um percentual de suas vagas com funcionários com necessidades especiais. Isto demanada estudos de adequação a postos, adaptabilidade à função, sensibilização de outros funcionários para receber o PNE, etc, que cabe ao terapeuta ocupacional. Além desta, muitas outras funções podem ser desenvolvidas pelo TO em uma empresa. Estes são alguns exemplos de áreas promissoras para os próximos anos, além das tradicionais. Profa. Dra. Maria Luísa Guillaumon Emmel

6. O que a Terapia Ocupacional pode fazer pela Saúde do Trabalhador?

R.: · Participação em Programas de Riscos · Elaboração e Implantação de Programas de Prevenção e controle de stress · Realização de ginástica laborativa em locais que apresentem riscos ergonômicos e monotonia

 

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