Afasia - Afasia de Broca

A afasia é um distúrbio da linguagem que ocorre com freqüência nas doenças vasculares cerebrais, principalmente no acidente vascular do tipo o isquêmico (AVCI). A linguagem é a forma de expressão das pessoas e se dá através da fala, da escrita e dos gestos. O cérebro possui um que é formado durante a vida e que por meio de complexos mecanismos traduz as palavras em todas as formas de expressão. A compreensão faz parte evidentemente, deste processo. A linguagem é processada no hemisfério cerebral esquerdo das pessoas destras em determinados locais bem conhecidos pelos neurofisiologistas.Distúrbios ocorridos nestas regiões produzem a afasia ou a disfasia que se caracteriza pela dificuldade em falar. Dependendo do local afetado a fala pode permanecer conservada mas se torna absolutamente incoerente e sem sentido.

Outras vezes ocorre completa falta de compreensão estando a fala preservada, fluente, mas desconexa. Tais distúrbios ocorrem principalmente nos acidentes vasculares cerebrais podendo ser transitórios. Tumores cerebrais também podem produzir afasia. Pode ocorrer também situação em que há prejuízo de ambas, da fala e da compreensão.

Freqüentemente há também prejuízo da linguagem escrita. Algumas vezes ocorre uma dificuldade ou incapacidade de executar movimentos anteriormente aprendidos (como o gesto de se bater continência ou de fazer "o nome do padre") apesar de não haver qualquer paralisia. Este distúrbio denomina-se apraxia. Cada tipo de distúrbio significa uma determinada localização da lesão cerebral. A afasia raramente está isolada sendo freqüentemente acompanhada de outros sintomas neurológicos como paralisias ou alterações visuais.

O distúrbio pode ser transitório, que ocorre no acidente vascular cerebral transitório, durando horas ou dias, e que regride espontaneamente. Outras vezes é definitivo, necessitando de cuidados especiais (exercícios foniátricos). A correção destes distúrbios é feito através de exercícios especializados sob orientação de profissional especializado. Afasia de Broca é uma Afasia na qual o paciente, embora sabendo o que deseja falar ou expressar, vê-se impossibilitado de fazê-lo devido à lesão dos centros neurológicos necessários à coordenação dos movimentos responsáveis pela emissão daqueles sons adequados para esta cominicação.

Acatisia

Acatisia é uma condição psicomotora onde o paciente sente uma grande dificuldade em permanecer parado, sentado ou imóvel. A Acatisia como efeito colateral dos neurolépticos, notadamente os incisivos (haloperidol, flufenazina e trifuoperidol) ocorre geralmente após o terceiro dia de uso da medicação.

Clinicamente é caracterizado por inquietação psicomotora, desejo incontrolável de movimentar-se e sensação interna de tensão. O paciente assume uma postura típica de levantar-se a cada instante, andar de um lado para outro e, quando compelido a permanecer sentado, não para de mexer suas pernas. Há um movimento constante e continuado de mexer as pernas como se o paciente estivesse marchando sem sair do lugar.

A Acatisia não responde bem aos anticolinérgicos ou ansiolíticos e o clínico é obrigado a decidir entre a manutenção do tratamento com o antipsicótico com aquelas doses e o desconforto da sintomatologia da Acatisia. Com freqüência é necessário a diminuição da dose ou mudança para outro tipo de antipsicótico. Quando isso acontece normalmente pode-se recorrer aos Antipsicóticos Atípicos.

Acalásia

Trastorno esofágico neurológico que causa uma alteração do peristaltismo (movimento para conduzir o bolo alimentar) esofágico e o relaxamento dol esfíncter esofágico inferior; em algunas ocasiões se denomina cardioespasmo. Parte de sua causa é desconocida mas, em nosso meio a causa mais freqüente é a Doença de Chagas. O começo do transtorno é insidioso e progressivo, evoluindo gradualmente, durante meses ou anos. O sintoma principal é a disfagia a líquidos e sólidos. Alguns pacientes referem dor torácica, regurgitação ou tosse noturna. Num terço dos pacientes se produz regurgitação noturna da comida não digerida e pode dar lugar a aspiração pulmonar de alimentos. O afinamento do esôfago pode ser leve a moderado. Deve ser diferenciado da disfagia produzida por medicamentos neurolépticos ou outros bloqueadores de dopamina.

Ablação

Ablação é a extirpação (retirada cirúrgica) de alguma parte do cérebro. A primeira técnica consistente para a psicocirurgia foi desenvolvida pelo neurologista português Dr. Antônio Egas Moniz, e realizada pela primeira vez em 1935, com o seu colega, Almeida Lima. Moniz baseou sua operação no achado que tinha sido feito alguns anos antes, de que certos sintomas neuróticos induzidos em chimpanzés poderiam ser diminuídos cortando-se as fibras nervosas que conectam o córtex prefrontal com o resto do cérebro. Ele desenvolveu uma técnica chamada leucotomia ou lobotomia que consistia de cortar tratos de fibra entre o tálamo e os lobo frontal, usando uma faca especial chamada um leucótomo. Os resultados de Moniz foram considerados tão bons, que a lobotomia começou a ser usada em vários países como uma tentativa de reduzir psicose e depressão severa ou comportamento violento em pacientes que não podiam ser tratados com qualquer outro meio (na ocasião, não havia muitos: o choque induzido por insulina e o choque eletroconvulsivo também estavam em seus estágios iniciais e os medicamentos ainda não estavam disponíveis). Assim, a lobotomia era empregada principalmente em pacientes institucionalizados que também mostravam agitação crônica ou angústia e comportamento obsessivo-impulsivo. Moniz foi premiado com o Nobel em 1949 por sua descoberta.

Anartria

Alterações articulares, que não são monopólio da Disartria, também podem dificultar a expressão oral dos afásicos, tanto surgindo espontaneamente como mediante a solicitação do exame. Essas alterações serão determinadas pelos testes de repetição de palavras e frases. Vistas pelo ângulo neurológico, as anomalias podem apresentar um aspecto paralítico, quando falta a articulação e há anasalamento. A falta de articulação chama-se Anartria e pode mostrar um aspecto distônico, com contrações excessivas, sincinesias ou, ainda, um aspecto apráxico. Analisadas sob um ângulo fonético, as alterações articulares se caracterizam também pela redução da formação e diferenciação dos fonemas, semelhantes às simplificações fonéticas da criança ("bibiloteca", "espetaco", fessado"...). Outros elementos de diferenciação entre Afasia e Disartria são as alterações evidenciadas no uso voluntário e automático da linguagem. As alterações articulares da Disartria estão ausentes na formas automáticas do falar, como no canto, por exemplo.

Alexia

Alexia Agnósica Chama-se Alexia Agnósica uma espécie de transtorno na escrita (Afasia Gráfica) onde predomina a dificuldade de integração das percepções visuais e Assim sendo, a Alexia Agnósica corresponde a uma dificuldade maior para a identificação das palavras (compreensão global) do que para a identificação de letras isoladas. A leitura tende a ser literal ou escandida. O indivíduo utiliza o dedo para a identificação das letras e a identificação das palavras soletradas é satisfatória. Nesses pacientes a cópia é imperfeita, ainda que a escrita espontânea ou ditada seja satisfatória. A alexia agnósica está freqüentemente associada a outras manifestações de agnosia visual, notadamente a agnosia para as cores. Alexia Afásica É Alexia Afásica, quando está prejudicada a utilização de mensagens em função de seu valor simbólico em termos de linguagem. A Alexia Afásica determina uma maior dificuldade para o entendimento de letras do que de palavras, estas dotadas de uma significação que facilita sua identificação. A leitura é global e os erros resultam de uma interpretação falsa da forma geral da palavra. Para o aléxico afásico a divisão em sílabas é difícil e a escrita espontânea e ditada apresenta os caracteres de uma agrafia afásica. A cópia é possível, porém o paciente apresenta dificuldade em reler. Alexia Pura A Alexia Pura se caracteriza por uma perda eletiva de identificação da linguagem escrita, na ausência de qualquer outra forma de Afasia. As características gerais são as mesmas de uma Alexia Agnósica e ocorrem, quase sempre, manifestações associadas de Agnosia Visual, principalmente agnosia para cores e para formas geométricas. A lesão responsável se localiza no giro lingual e no giro fusiforme do hemisfério dominante, mas atinge também o esplênio do corpo caloso.

Alexitimia

Alexitimia é uma marcante dificuldade para o uso apropriado da linguagem para expressar e descrever sentimentos, bem como a dificuldade para diferenciar com precisão as sensações corporais e uma impressionante capacidade para fantasias. A causa da Alexitimia tem preocupado diversos investigadores por muito tempo. Krystal e Freyberger atribuíram estes defeitos à predisposição psicológica. Nemiah e Sifneos, por outro lado, sugeriram defeitos biológicos estruturais como sendo a causa subjacente primária das características alexitímica. Mais recentemente, um grande número de pesquisas neurobiológicas tem retratado muito bem a anatomia e a fisiologia das estruturas cerebrais responsáveis pela postura emocional da pessoa, apesar da complexidade e às vezes dos resultados inconclusivos.

Animismo

Animismo é a percepção de objetos inanimados como se tivessem vida, sentimentos e intenções. A percepção animista é fenômeno comum tanto às crianças como aos adultos, e depende, em sua origem, da sensibilidade de cada pessoa para as "propriedades fisionômicas" dos objetos e acontecimentos. A diferença básica entre o mundo adulto e o da criança não está na presença ou ausência desses "atributos fisionômicos", em suas percepções, mas na proporção que geralmente ocupam no conjunto de sua experiência perceptiva. O adulto controla e tende a eliminar tais "características expressivas" dos objetos como fatores meramente subjetivos e irrelevantes. Para a criança, ao contrário, elas constituem geralmente as qualidades fundamentais dos objetos percebidos. Por força da própria maturação psicológica e da aprendizagem, o mundo perceptual dos adultos tende, por isso, a uma pronunciada uniformidade, com a progressiva "depuração" de tais elementos subjetivos em suas percepções. Ao passo que nas crianças predominam normalmente os aspectos subjetivos da percepção. Vem daí o fato do mundo de percepções de uma criança apresentar, comumente, maior riqueza e originalidade que o mundo dos adultos. E as diferenças são mais notáveis de uma criança para a outra do que entre um adulto e outro.

Agramatismo

O agramatismo é uma evolução freqüente da Afasia e reflete uma importante redução da linguagem. A utilização prevalente de substantivos, juntamente com o emprego sistemático de verbos no infinitivo e a supressão de pequenos instrumentos de linguagem (artigos, preposições...) determinam uma forma de expressão semelhante a uma linguagem primitiva (mim Tarzã, you Jane) ou de um estilo telegráfico, com uma linguagem econômica, reduzida, concreta, pobre, sem flexibilidade e sem possibilidade de abstração.

Ajustamento ou Adaptação, Transtorno de Transtorno de Ajustamento (DSM.IV)

A característica essencial de um Transtorno de Ajustamento é o desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais significativos em resposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis. Os sintomas devem desenvolver-se dentro de um período de 3 meses após o início do estressor ou estressores. A importância clínica da reação é indicada por um acentuado sofrimento, que excede o que seria esperado, dada a natureza do estressor, ou por um prejuízo significativo no funcionamento social ou profissional (ou acadêmico). O diagnóstico de Transtorno de Ajustamento também não se aplica quando os sintomas representam Luto. Por definição, um Transtorno de Ajustamento deve resolver-se dentro de 6 meses após o término do estressor (ou de suas conseqüências). Entretanto, os sintomas podem persistir por um período prolongado (isto é, mais de 6 meses), se ocorrem em resposta a um estressor crônico (por ex., uma condição médica geral debilitante e crônica) ou a um estressor de conseqüências prolongadas (por ex., dificuldades emocionais ou financeiras resultantes de um divórcio). Transtorno de Adaptação (CID.10) - É um Estado de sofrimento e de perturbação emocional, de sintomatologia ansiosa e/ou depressiva que necessita, para seu desencadeamento, de um acontecimento particularmente estressante, ou uma alteração particularmente marcante na vida do sujeito, que comporta conseqüências desagradáveis e duradouras e levam a um transtorno de adaptação. O Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que entravam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais, ocorrendo durante um período de adaptação a uma mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante. O fator de "stress" pode afetar a integridade do ambiente social do sujeito (luto, experiências de separação) ou seu sistema global de suporte social e de valor social (imigração, estado de refugiado); ou ainda representado por uma etapa da vida ou por uma crise do desenvolvimento (escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria). A predisposição e a vulnerabilidade individuais desempenham um papel importante na ocorrência e na sintomatologia de um transtorno de adaptação; admite-se, contudo, que o transtorno não teria ocorrido na ausência do fator de "stress" considerado. Veja Transtorno de Adaptação em CID.10 Veja Transtorno de Ajustamento em DSM.IV

Anosmia

Existem várias doenças associadas ao paladar e olfato, tal como a anosmia, que caracteriza-se pela perda completa do olfato, ou a ageusia, que corresponde à perda total do paladar. As maiores causas são infecções no trato nasal, distúrbios hormonais ou problemas com os dentes.

Anóxia

Anóxia é a falta ou deficiência acentuada de oxigênio nos órgãos ou nos tecidos. Em recém nascidos é ligada à insuficiência placentária, que pode ocorrer durante a gravidez, levando a um sofrimento fetal crônico, ou período perinatal, quando surge, agudamente, no momento do parto, levando a um sofrimento fetal agudo, com falta de oxigenação ao Sistema Nervoso Central ou outros centros vitais, levando a risco de vida e surgimento de paralisia Cerebral. Normalmente, no Acidente Vascular Cerebral (AVC) e no Infarto do Miocárdio, por exemplo, as lesões são causadas pela anóxia dos tecidos.

Ambivalência Afetiva

Ambivalência Afetiva é uma alteração da Afetividade muito encontrada na Esquizofrenia. São acentuações afetivas opostas e basicamente simultâneas, tais como o amor, temor e ódio que uma pessoa pode ter em relação a outra no mesmo instante, ou os sentimentos dos acontecimentos que se teme e que se deseja simultaneamente. O paciente ambivalente, apesar de não pode unir ambos sentimentos e tendências opostas, percebe-os ao mesmo tempo (ama e odeia), sem que ambos os sentimentos ajam entre si ou se debilitem. Deseja a morte da mulher e se as alucinações a apresentam morta, pode ao mesmo tempo ficar desesperado e chorar por isso. Ambivalência Afetiva pode ser entendida como a anormalidade das tendências, e que se caracteriza pela coexistência de juízos contraditórios sobre o mesmo objeto simultaneamente. Portanto, no plano afetivo a Ambivalência consiste em experimentar sentimentos opostos, simultaneamente e em relação ao mesmo objeto. A Ambivalência Afetiva surge em todas as situações de conflito, especialmente nos Transtornos Neuróticos mas, será na Esquizofrenia que a Ambivalência se apresentará com aspectos mais característicos, patológicos e extremos.

Amusia

Amusia é a perda da capacidade de reconhecer ou evocar elementos musicais. O hemisfério direito do cérebro parece ter um papel chave para diversas aptidões musicais, mas nos profissionais da música o hemisfério esquerdo parece ter predominância. A Amusia pode ser considerada um tipo de Disfasia. A Disfasia é caracterizada, fundamentalmente, pela incapacidade para apreciar o significado simbólico das palavras, sejam elas faladas ou escritas. Esse transtorno possui valor localizatório pois, quase invariavelmente, é devido a uma lesão na Área de Wernicke do hemisfério cerebral dominante. Pacientes gravemente afetados por esse tipo de disfasia demonstram total incapacidade para compreenderem o significado das palavras que ouvem ou vêem. Muitas vezes perdem também a capacidade de apreciar sons musicais, configurando o que se define, então, por Amusia.