Histeria

Histeria é o termo que designa genericamente as neuroses com sintomatologia corporal exuberante. Atualmente o termo Histérico tem sido substituído por Histriônico. Trata-se de uma neurose causada por conflitos psicológicos, e que se caracteriza pela hiperexpressividade somática ou corporal das idéias, imagens e afetos conflitantes e, normalmente, inconscientes. O termo é derivado do grego "histerum" (útero) porque, a princípio, pensou-se que essa doença se originava em distúrbios desse órgão). É um transtorno emocional caracterizado por um exagero considerável da sugestibilidade evidenciada por surpreendente plasticidade da personalidade.

Desse fato decorre uma série de manifestações funcionais de aparência orgânica, tais como, paralisias, perturbações sensoriais, crises nervosas, sono, catalepsia etc. E outros distúrbios psíquicos típicos: mitomania, onirismo, amnésia, automatismo psicomotor etc. Considerada como expressão orgânica de conflitos inconscientes, a histeria é a neurose de conversão dos psicanalistas ('funcionais' é quando a alteração se dá na função do órgão e não em sua anatomia).

Estudos mais sistematizados sobre o assunto começaram com Jean Marie Charcot (I825-1893) que empreendeu uma investigação metódica dos sintomas histéricos graças ao método de observação clínica. Para ele, o elemento degenerativo era a base comum de todos os seus sintomas. Bernheim, seu discípulo, concluiu que todos os fenômenos descritos pelo mestre como histéricos, podiam ser desenvolvidos por via sugestiva. Assim sendo, a sugestão não constitui fenômeno propriamente histérico, fazendo parte, em maior ou menor grau, do acervo psicológico do homem.

Babinski separa a histeria da patologia nervosa, aproximando-a da sugestão hipnótica, considerando-a como efeito da persuasão. Para ele, a essência da histeria é a auto-sugestão. Chegou a estabelecer como axioma que "histérico é tudo aquilo que vem pela sugestão e é removido pela persuasão". Pierre Janet tentou estudar as relações entre histeria, hipnose e automatismo psicológico, desenvolvendo, sobre a primeira, os conceitos de "tensão psicológica", "dissolução" e "subconsciência". Esse abaixamento geral da tensão psicológica, fenômeno fundamental na histeria de Janet, constituía um defeito pessoal indicador de deficiência constitucional. Para ele, é a estrutura da consciência do histérico que está fundamentalmente alterada, possuindo uma atitude para viver intensamente as imagens e para hipnotizar-se por elas.

Freud partiu da idéia que os sintomas se originavam no inconsciente dos enfermos. Mostrou, em síntese, que a maioria dos fenômenos histéricos provinha da repressão no inconsciente dos sentimentos, desejos e temores que expressam. Mais tarde, a teoria ampliou-se com o recurso da idéia de "regressão", porque, para os contemporâneos, a neurose histérica está caracterizada desde sua estrutura inconsciente pela fixação e pela regressão à fase edipiana genital. A histeria, seria, então, uma neurose edípica. Consideram-se os sintomas multiformes da histeria em manifestações agudas, síndromes funcionais duradouros e manifestações viscerais.

A personalidade histérica se encontra melhor definida nas mulheres que nos homens, possuindo seu caráter três aspectos fundamentais: sugestionabilidade, mitomania e alterações sexuais. Segundo os conceitos de Kretschmer, cada ser humano com um sistema nervoso débil ou numa situação extrema, pode produzir um ataque de estados histéricos. O prognóstico da histeria varia de caso para caso. Depende, também, das capacidades aparentes e das potencialidades pessoais, das oportunidades de gratificação oferecidas pela realidade e da capacidade individual de aproveitá-las.

Burnout, Síndrome de

A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, caracterizando-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos. Outros autores, entretanto, julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do estresse. Para nós, de modo geral, vamos considerar esse quadro de extrema apatia e desinteresse, não como sinônimo de estresse, mas como uma de suas conseqüências bastante sérias.

Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil. Esta síndrome afeta, principalmente, profissionais da área de serviços que trabalham em contato direto com os usuários.

Entre a clientela de risco, estão os trabalhadores em educação, profissionais em saúde, policiais, agentes penitenciários, os bancários, profissionais liberais, departamentos de vendas e de compras, enfim, funções que obrigam um contacto intenso com o outro. Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.

Bradicinesia

Uno de los síntomas cardinales de la enfermedad de Parkinson. Dificultad en iniciar y ejecutar los movimientos. Hipocinesia e bradicinesia: início vagaroso dos movimentos, com perda de movimentos suplementares harmoniosos. Movimentos automáticos, como colocaçãoda mãona face durante a fala, cruzar as pernas ou os braços, estão muito diminuídos ou ausentes. Os olhos se movem para o lado sem movimento associado da cabeça, saliva não é rapidamente deglutida, piscar dos olhos é infrequente. Em casos extremos, desenvolve-se a acinesia, ou seja, a perda completa de movimentos sem perda da força muscular.

Em termos fisiopatológicos, bradicinesia pode ocorrer quando há lesão do circuito cortico-estriato-pálido-talâmico por degeneração neuronal, por depleção de transmissor (dopamina), e por bloqueio ou perda de receptores. Considerando-se que os neurônios do neostriato recebem dupla inervação dopaminérgica e colinérgica com efeitos antagonicos, acredita-se que a perda da influência inibitória da dopamina leve a uma excitação por conta da acetilcolina.

A acetil colina tem efeito basicamente inibitório, então o deficit de dopamina se manifesta por perda da inibição da inibição, resultando em última instância, em acinesia. A doença de Parkison é uma degeneração subcortical progressiva do sistema extrapiramidal caracterizada clinicamente por bradicinesia, rigidez e tremor de repouso. Distúrbios neuropsicológicos podem ocorrer em 20% a 90% dos casos caracterizando-se por déficit cognitivos do tipo subcortical com alentecimento progressivo dos processos rnentais, tendência a depressão e apatia em intensidade variável.

Bipolar, Transtorno (PMD)

Transtorno Bipolar é um transtorno caracterizado por dois ou mais episódios de alteração do humor onde o nível de atividade do sujeito está profundamente perturbado, sendo que este distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma elevação patológica do humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, de um rebaixamento patológico do humor e de redução da energia e da atividade (depressão). Pacientes que sofrem somente de episódios repetidos de hipomania ou mania são classificados como bipolares.

Esse transtorno chamava-se Psicose Maníaco-Depressiva até antes de ediatr-se o CID.10. O DSM.IV já classifica o Transtorno Afetivo Bipolar em dois tipos: Bipolar I e Bipolar II. A característica essencial do Transtorno Bipolar I é um curso clínico caracterizado pela ocorrência de um ou mais Episódios Maníacos ou Episódios Mistos. Com freqüência, mas não obrigatoriamente, os indivíduos também tiveram um ou mais Episódios Depressivos Maiore. A característica essencial do Transtorno Bipolar II é um curso clínico marcado pela ocorrência de um ou mais Episódios Depressivos Maiores, acompanhados por pelo menos um Episódio Hipomaníaco. Os Episódios Hipomaníacos não devem ser confundidos com os vários dias de eutimia que podem seguir-se à remissão de um Episódio Depressivo Maior.