Assembléias Neuronais

Chamamos de Assembléias Neuronais uma das hipóteses acerca da formação da consciência no ser humano. O mecanismo responsável para a formação da consciência no ser humano não encontra nenhuma explicação, plenamente satisfatória até o momento. A consciência reflete sempre a individualidade e unidade do ser humano e, sem dúvida, seu aspecto mais relevante é sua característica unitária, onde todas as nossas percepções, pensamentos e emoções são integrados e fundidos num mesmo e determinado momento. Depois de muitos séculos tentando delimitar um sítio cerebral específico para a sede da consciência, tudo indica que esta não esteja circunscrita à nenhuma área cerebral específica, mas se espalha difusamente pelo cérebro, sendo, simultaneamente, uni-temporal e múltiplo espacial. Essa visão global da consciência se alicerça na recente teoria das Assembléias Neuronais. A teoria baseada nas Assembléias Neuronais representa um modelo muito convincente para a formulação de uma hipótese a respeito da consciência.

Segundo essa teoria, o pensamento consciente é gerado quando vários neurônios de diversas colunas se unem funcionalmente e, atuando harmonicamente e em conjunto, constroem uma assembléia, iniciando assim a formação de um determinado estado consciente. Essa teoria tem sido corroborada por constatações de que os neurônios são capazes de se associarem rapidamente, formando grupos (assembléias) funcionais para realizarem uma determinada tarefa. Uma vez que esta tarefa esteja terminada, o grupo se dissolve e os neurônios estão novamente aptos a se engajarem em outras assembléias, para cumprirem uma nova tarefa. Há, ainda, um aspecto quantitativo acerca dessa Assembléia Neuronal, segundo a qual, quanto maior o número de neurônios recrutados, maior será o tamanho dessa assembléia e, em conseqüência, maior será essa determinada e recém criada consciência, em termos de intensidade e tempo de duração. Contrariamente, se for pequeno o número de neurônios recrutados, a consciência resultante será pequena em intensidade e duração.

Apragmatismo

Apragmatismo é a incapacidade de realizar atos eficientes, objetivos e propositais. No Apragmatismo a atividade fica estéril ou ineficaz por incoordenação das ações parciais necessárias à realização do ato pleno. Nos estados confusionais as pessoas ficam apragmáticas, assim como nos Estados Crepusculares e em algumas crises de epilepsia parcial e/ou psicomotora. Em muitas doenças mentais, incluindo as mais graves, como a Esquizofrenia, pode haver um preejuízo do pragmatismo (diminuição) mas raramente chega-se ao Apragmatismo. Quando ela ocorre é sempre bom verificar a possibilidade de causa orgânica.

Apraxia

Apraxia é o prejuízo na capacidade de executar atividades motoras, apesar de as capacidades motoras, função sensorial e compreensão estarem intactas para a tarefa exigida. Na realidade é a perda da capacidade de executar eficientemente a intenção para um ato para um determinado fim, mas não há comprometimento anatômico das estruturas cerebrais envolvidas na execussão desse ato (seja ele da musculatura voluntária, da fala, da mímica, etc). Os indivíduos com demência podem apresentar apraxia. Eles apresentam prejuízo em sua capacidade de demonstrar com mímica o uso de objetos (por ex., pentear os cabelos) ou de executar atos motores conhecidos (por ex., acenar dizendo adeus). A apraxia pode contribuir para déficits nos atos de cozinhar, vestir-se e desenhar. As perturbações na habilidade motora podem ser testadas pedindo que o indivíduo execute funções motoras (por ex., mostrar como se escova os dentes, copiar pentágonos que se intercruzam, montar blocos, ou arranjar varetas em desenhos específicos).

Ataxia

Ataxia, do grego ataxis, quer dizer sem ordem ou incoordenação, é um sintoma, não uma doença específica ou um diagnóstico. Ataxia significa a perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários; é um termo que cobre uma grande variedade de desordens neurológicas e, portanto, pode fazer parte do quadro clínico de numerosas doenças do sistema nervoso. Algumas formas de ataxia são mais comuns que outras e têm até nomes específicos, como por exemplo a ataxia de Friedreich, a mais comum entre as ataxias.

Algumas ataxias são causadas por uma anormalidade genética e com freqüência os primeiros sintomas aparecem na infância (early onset). Outras formas podem aparecer até a metade da vida e são então conhecidas como de iniciação tardia (late onset). Geralmente, todo esse grupo de desordens neurológicas é conhecido como ataxia degenerativa porque os sintomas se agravam com o passar do tempo. A ataxia pode afetar os dedos, as mãos, os braços, as pernas, o corpo, a fala ou o movimento dos olhos. Essa perda de coordenação pode ser causada por diversas condições médicas ou neurológicas; por essa razão é importante que uma pessoa com ataxia procure auxílio médico para determinar a causa subjacente do sintoma e obter o tratamento apropriado.

Associações Livres

A prova das associações livres pode ser considerada como a técnica clássica da psicanálise freudiana para a identificação das perturbações emocionais oriundas dos mais diversos tipos de complexos. Consiste essencialmente em um processo de evocação espontânea de idéias, em estado consciente (e portanto, não hipnótico) e sem a interferência direta do terapeuta. Além de permitir a localização de idéias e desejos reprimidos, que se encontram na raiz dos sintomas mórbidos apresentados pelo paciente, produz uma descarga geral da tensão psíquica, sendo este o seu efeito terapêutico mais simples e imediato.

O procedimento usual é o seguinte: o paciente é convidado a deitar-se sobre um divã, em uma sala semi-obscura e silenciosa, devendo colocar-se em posição de completo relaxamento e repouso, numa atitude inteiramente passiva e "disponível". Postando-se por trás dele o médico lhe pede então que deixe a mente vagar descontraída, numa espécie de devaneio proposital, e vá dizendo em voz alta tudo o que lhe ocorrer no momento.

É importante conseguir que o sujeito diga tudo, absolutamente tudo, sem a mínima inibição ou crítica, portando-se como mero espectador, completamente neutro, do próprio pensamento. O analista se limita a ir anotando ou gravando em um aparelho de som com imparcial fidelidade, as palavras e frases proferidas pelo paciente. As idéias assim evocadas revelarão invariavelmente certas associações (das quais o próprio sujeito não tem consciência) a partir das quais é possível descobrir ligações lógicas e emocionais entre os sintomas de seus distúrbios e experiências anteriores traumatizantes por ele vividas. Essas associações espontâneas, involuntariamente estabelecidas pelo sujeito durante seu solilóquio em presença do terapeuta, são portanto "significativas" em relação aos sintomas apresentados e servem como pista indicadora capaz de levar o terapeuta à identificação das causas mais profundas dos males de seu paciente.

Uma série de indicações e convergências de "sentido" darão ao terapeuta um quadro elucidativo da situação patológica em seu conjunto e lhe permitirão - com a ajuda das leis gerais das associações de idéias - conjeturar e reconstruir o material "esquecido" e recalcado que deu origem aos sintomas mórbidos atualmente verificáveis no paciente. Durante todo o processo, o terapeuta jamais intervém no próprio curso das associações, deixando o paciente inteiramente à vontade, como se estivesse falando sozinho. Apenas quando, depois de repetidas horas de sessão, o rumo desse "solilóquio" se mostra evidentemente improdutivo (no sentido de que nada de realmente significativo pareça vir à tona), ele procurará intervir, sugerindo uma palavra, um tema ou imagem que lhe pareça particularmente "fecunda" e a partir da qual o paciente passará a estabelecer novas associações. Com isto, o método já se aproximará de uma técnica correlata, que é a prova das associações condicionadas, a qual é aliás preferida por muitos terapeutas desde o início das sessões. Ao final de cada sessão o terapeuta pedirá ao paciente para "explicar" e ampliar as associações por ele expressas durante o "devaneio".

Juntos, procurarão assim uma interpretação satisfatória da situação. Entre as críticas que se fazem sobre a validade e eficácia de tal método psicanalítico, costuma-se chamar a atenção para o fato de que o paciente pode facilmente imprimir uma orientação subjetiva e intencional às próprias associações. Além disto, sua disposição momentânea, bem como a própria tensão gerada pela tarefa proposta, podem influir decisivamente no rumo dado a essas associações que, desse ponto de vista, já não seriam realmente "livres" e espontâneas. A atitude preconcebida do próprio terapeuta (por exemplo, sua tendência a tudo querer explicar em termos de sexo) pode naturalmente influir no curso do trabalho, desviando e falsificando o verdadeiro sentido dos dados obtidos. Mas estes parecem ser riscos óbvios, inerentes a qualquer tipo de interpretação psicanalítica. Para isto supõe-se a competência profissional de qualquer terapeuta.

Associações de Idéias

Associações de Idéias são um Processo intelectivo segundo o qual a mente humana, a partir de uma idéia inicial (indutora), é imediatamente levada a suscitar uma outra, isto em razão de alguma "conexão natural" existente entre ambas. A idéia indutora pode ser representada no caso, tanto por uma palavra, como por um objeto, uma imagem, ou mesmo uma emoção (da qual o sujeito toma consciência) cujo simples aparecimento na mente é suficiente para despertar uma segunda idéia, e esta uma terceira, e assim por diante, num processo praticamente sem limite e no qual, conforme a expressão popular, "uma coisa puxa a outra". Trata-se de fenômeno conhecido e estudado desde a antiguidade grega. Já Aristóteles descobrira que o processo de associação de idéias se rege por algumas leis intrínsecas e invariáveis.

São elas: a) a lei da contigüidade (ou continuidade) temporal, segundo a qual a idéia indutora tende a evocar de preferencia uma segunda idéia que, em experiência anterior, tenha sido apreendida ao mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo que ela; b) lei da semelhança (ou similaridade), segundo a qual uma idéia tende a suscitar outra que lhe seja afim quanto ao significado; c) lei do contraste, segundo a qual uma idéia tende a evocar, entre outras, uma outra que lhe seja especificamente contrária. A estas três leis básicas deve-se juntar, segundo alguns intérpretes, a lei da causalidade, de acordo com a qual o objeto representado pela idéia induzida apresenta uma relação de causa ou efeito com o objeto ou coisa representada pela idéia indutora.

Depois de muitos séculos, foi o inglês Locke quem lançou em circulação, tanto em Filosofia como em Psicologia, a expressão "associação de idéias". Muitos psicólogos passaram a entender todo o funcionamento da mente humana como um simples processo de associação, de natureza mais ou menos mecânica. São os chamados associacionistas. A existência desse processo mental, bem como o conhecimento das leis que o regem, possibilitou a Freud e aos psicanalistas desenvolver, em psicoterapia, uma importante técnica de análise psicológica, conhecida como "prova (ou método) das associações", sejam livres, sejam condicionadas.

Ato Compulsivo

Compulsivos são os atos que se impõem a um indivíduo, apesar de seus esforços para resistir aos mesmos. Os atos compulsivos mais comumente se referem à limpeza (particularmente o ato de lavar as mãos), verificação repetida para se assegurar a eliminação de que uma situação potencialmente ou organização e arrumação. Subjacente ao comportamento manifesto está um medo, usualmente de perigo para o paciente ou causado por ele, e o ritual é uma tentativa ineficaz ou simbólica de afastar aquele perigo.

Ato Voluntário

Jaspers acredita que somente as ações são voluntárias somente quando há possibilidades de escolha, de reflexão e de decisão. Caso não haja esse conjunto circunstancial o ato será impulsivo, isto é, será mera descarga motora, sem direção e sem conteúdo, ou será ainda instintivo, sem considerações conscientes, embora dotadas de finalidade . Para se formar uma idéia geral do verdadeiro processo volitivo, temos que delimitar e identificar quatro etapas: 1. intenção ou propósito, fase onde se esboçam as inclinações ou tendências de ação, geralmente vivenciadas sob a forma de algum interesse e, normalmente, polarizando nossa atenção sobre determinado objeto; 2. deliberação, etapa que corresponde à ponderação consciente dos motivos mencionados acima, analisando-se o que será favorável ou desfavorável (apreciação), levando forçosamente a uma opção, isto é, a fazer ou deixar de fazer; 3. decisão, momento culminante do processo volitivo, instante que demarca o começo da ação, resultado da vantagem consciente dos motivos favoráveis; 4. execução, quando surgem as atitudes necessárias à consumação dos propósitos, dependente da performance da pessoa sob o ponto de vista global e sua capacitação à eficácia da ação.

Para a execução do ato voluntário exige-se um certo grau de consciência e de reflexão sobre finalidades, entretanto, a maior parte dos atos que executamos na vida diária são relativamente automáticos. Para a atividade voluntária cotidiana fazem parte uma série reflexos automáticos e instintivos os quais, na prática, não podem ser bem diferenciados. A freqüente repetição de atitudes voluntárias acaba por transformar atos volitivos em atos automáticos, portanto, todos atos automáticos foram antes atos volitivos.

Ausência

A Crise de Ausência era, numa denominação mais antiga, o principal sinal da epilepsia chamada tipo Pequeno Mal. Consiste na diminuição ou perda da consciência, geralmente durando entre 2 e 15 segundos e, em acompanhada de descargas neuroelétricas epilépticas generalizadas. A epilepsia é um distúrbio do cérebro que se expressa por crises epilépticas repetidas. As crises podem acontecer de diferentes maneiras: A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". Nesse tipo de crise, a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar. A Crise de Ausência é conhecida como "desligamentos".

A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração, muitas vezes, não é percebida pelos familiares e/ou professores. A Crise de Ausência resulta, então, num lapso momentâneo da consciência. Ela costuma ser mais comum em crianças e adolescentes. Durante essas crises o paciente interrompe o que está fazendo, fixa o olhar, pisca ou mantém o olhar vago por alguns segundo antes de voltar a fazer o que estava fazendo. Os que presenciam essas crises podem achar que a pessoa estava apenas tendo um devaneio ou nem perceber o que aconteceu.

Há um outro tipo de crise epiléptica que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa. Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento ou contrações ou, então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou, ainda, alterações transitórias da memória.

Automatismo Mental & Sonorização do Pensamento

Algumas vezes as vozes alucinadas podem determinar ordens ao paciente, o qual as obedece mesmo contra sua vontade. Diante desta situação, de obediência compulsório às ordens ditadas por vozes alucinadas, chamamos de AUTOMATISMO MENTAL. Esta situação oferece alguma periculosidade, já que, quase sempre, as ordens proferidas são eticamente condenáveis ou socialmente desaconselháveis.

Alucinação Auditiva é recebida pelo paciente com muita ansiedade e contrariedade pois, na maioria das vezes, o conteúdo de tais vozes é desabonador, acusatório, infame e caluniador. Quando a Alucinação Auditiva se traduz por vozes que ditam antecipadamente as atitudes do paciente falamos em SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO, como se ele pensasse em voz alta ou como se alguma voz estivesse permanentemente comentando todos seus atos: " lá vai ele lavar as mãos", "lá vai ele ligar a televisão" e assim por diante. Alguns autores costumam entender que tanto o Automatismo Mental quanto a Sonorização do Pensamento são sinônimos.

Autonômicos, Sintomas Autonômicos

são os sintomas produizidos pelo Sistema Nervoso Autônomo, ou Neuro-vegetativo, como se dizia antigamente. Freqüentemente, esses sintomas aparecem nos quadros de ansiedade (simples, pânico, fobias...) como uma sensação desagradável de apreensão, acompanhada por sintomas tais como: sudorese, tremores, náuseas, taquicardia, agitação psicomotora, vômitos, palpitações, desconforto abdominal, diarréia, etc.