Doenças emergentes

1. INTRODUÇÃO

Doenças emergentes, moléstias infecciosas que surgiram recentemente na população ou que sempre existiram, mas estão aumentando rapidamente em incidência ou amplitude geográfica. Desde 1973, foram identificados ou registrados mais de 29 novas doenças infecciosas ou microorganismos.

A situação se agrava pelo fato de que hoje uma nova moléstia que surja em qualquer parte do mundo pode atravessar para o outro lado do planeta em dias, devido à rapidez das viagens internacionais. Alguns dos exemplos de doenças emergentes são: a pandemia de Aids; a doença de Lyme; a doença do legionário; as febres hemorrágicas causadas pelos vírus Ebola, Machupo e Sabiá; os casos de Creutzfeldt-Jakob possivelmente causados pelo consumo de carne de gado bovino (a chamada síndrome da vaca louca); o reaparecimento do cólera e a explosão da tuberculose multirressistente.

2. CAUSAS

São diversos os fatores relacionados à emergência de doenças. A ocupação e a exploração pelo homem de áreas anteriormente não habitadas, desequilibrando o ecossistema, levaram aos surtos de febre hemorrágica argentina e boliviana. Práticas médicas contribuíram para a disseminação do vírus Ebola. A guerra e as migrações provocaram um aumento dos casos de leishmaniose visceral. O comportamento humano está associado à explosão das doenças sexualmente transmissíveis.

O grande avanço nos transportes possibilita também maior intercâmbio de microorganismos e de seus transmissores, como os insetos que transmitem dengue e malária. A construção de represas vem sendo associada ao aumento de casos de esquistossomose e a surtos de febre do vale do Rift. O crescimento populacional, associado a um processo de urbanização descontrolada, contribuiu para a disseminação da dengue e da cólera.

Alterações no clima parecem ter sido responsáveis por surtos de síndrome pulmonar por hantavírus. As doenças emergentes mostram a necessidade de um esforço mundial para o desenvolvimento de sistemas eficazes de vigilância epidemiológica e difusão de informações, reforço da infra-estrutura de saúde pública, investimento em pesquisa em doenças transmissíveis e maior intercâmbio entre os países, porque os microorganismos não respeitam fronteiras.